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sábado, 24 de abril de 2010

A casa dos Duartes

Nossa história começa em uma manhã de inverno em Emilyville. A áurea estava densa e com um forte aroma de suspense. No alto do morro havia uma casa que por muitos anos, desde a morte da família Duarte, ninguém morava ou alugava.


Como em qualquer cidadezinha mal-habitada, existiam vários boatos sobre a morte dos Duartes. Alguns eram tão exagerados que se tornaram lendas para assustar as criancinhas, porém todos começavam da mesma maneira.

Falavam que a família Duarte nunca saía de casa, era discreta e poucos moradores de Emilyville atreviam-se a dizer que já os tinham visto. Todos os serviços, como cuidar do jardim, levar o jornal e o leite, e em alguns casos, repelir meninos que brincavam nos terrenos da casa, eram feitos por Severino, um idoso militar reformado que sofria intensas dores na perna quase todos os dias, desde a sua volta da Primeira Guerra Mundial.

Alguns diziam que Severino tinha matado os Duartes com a esperança de herdar o casarão, mas essa história foi sendo esquecida, pois ele já havia provado sua inocência e só queria continuar a fazer os serviços diários aos seus falecidos patrões. Outros diziam que viam todos os dias vultos e velas voando através das antigas janelas do velho casarão.

Certa vez, para mostrar coragem aos seus colegas, um menino decidiu entrar na casa à noite, pegar uma das “velas flutuantes” e acenar pela janela aberta do último andar, mas para isso ele teria que passar por Severino e não ser visto. Ele sabia que desde o falecimento da família, a chave mestra ficava no casebre onde o serviçal morava. Ele pulou a grade de ferro do terreno com muito cuidado para não fazer as hastes enferrujadas rangerem.

Ao pular, correu para o casebre onde Severino ficava, ao fundo do terreno. Para a sua sorte, ao abrir a porta, viu que ele encontrava-se adormecido, e o garoto teve apenas que tirar a chave de cima do criado-mudo, e se encaminhar para a porta dos fundos, com a finalidade de não chamar muito a atenção de vizinhos curiosos.

Quando entrou na casa, não conseguia ver muito, pois a casa era escura e ele não tinha levado nenhuma lanterna. Sabia que estava na cozinha, pois havia um fogão, uma mesa e uma pia. Seguiu pelo corredor e viu uma vela presa a um castiçal, segurou-a e a acendeu na lareira, que estranhamente estava acesa. Ao chegar no último andar, sentia calafrios, pois tinha certeza de que alguém o estava observando. Viu a janela já aberta, e sentiu aquela gélida brisa.

Lá de fora, seus amigos olhavam atentamente quando ele chegou à janela com a vela acesa na mão. Mas de repente algo estranho aconteceu. Os garotos ouviram um grito de dentro da casa e viram a família Duarte apagando a vela e fechando a janela.

Uma fria voz de criança disse:

-- Oba mamãe, mais um amiguinho para mim!

Nunca se soube o que aconteceu naquela noite. Algumas décadas depois surgiram mais boatos que reviveram o suspense daquela casa de terror, daquele lugar que todos conheciam apenas como a casa dos Duartes.

4 comentários:

  1. Ai que MEEDO!
    Muito legal, Pedrinho!

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  2. Nossa, dá pra pensar numa história mais alegre??
    Em questão de habilidade: Nota 10! x)

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  3. muito bom msm!
    Mas tinha q colocar o: to be continued rsrs
    quero outro episódio hehe

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