Literatura - Expressa

Literatura - Expressa - Literatura!!!







terça-feira, 29 de junho de 2010

Selva

Todos os dias
é um vai e vem
de caras e bocas
e sapatos de luxo

Cidades presas
a teorias perfeitas
que não agem
mas sabem enrolar

Tirem essas máscaras
que rodam nas esquinas
e parem de roubar atenções
pois elas não estão
estampadas em liquidações

Índios presos
portugueses soberbos
escravos falecidos de tanto apanhar
valores medíocres
brilhando ao sol e luar

Tudo rola
como numa selva
uma selva de pernas
ricas e podres
que chutam cabeças

Os valores estão na mesa
e cabeças vão rolar

A mão que afaga
é a mesma que acaba
acaba enganando
mentes leais

Tudo rola como numa selva
[de falsos!]
iludem nações
valores ladrões

Cuidado!
Os valores estão na mesa
e cabeças vão rolar!
Selva!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Em um dia o Destino pode mudar...

Um dia, um simples dia,
Pequeno intervalo de tempo,
Invento travesso do destino,
Menino faceiro e risonho
Que não cansa de brincar.

Um dia, um simples dia,
Nesse breve período tudo pode mudar,
O forte pode perder,
O fraco pode ganhar
E o amor do solitário o coração pode transformar.

Um dia, um simples dia,
O tolo pode lograr
E o astuto por ele ser enganado;
O vento pode soprar
E de grão em grão a montanha, (antes sólida)
Pode ,melancólica, vir a baixo

Em um dia, um simples dia,
Tudo pode sempre mudar,
Mas ninguém ao certo saberá,
Se apenas inerte esperar,
Enquanto o tempo passa sem parar:
É preciso o próprio destino buscar,
E com as próprias forças lutar,
Para não esperar em vão uma ventura que não virá...

sábado, 19 de junho de 2010

Porta aberta


    A vida é uma só. E só a havia uma vida. Uma vida dura, rotineira e vazia. A vida entre quatro paredes.
    Acordar e ar de cara com um teto de concreto. Levantar e por os pés em um chão plano e frio. Olhar para os lados e só ver uma cor: a da parede cor de anil.
   Malhar observando uma paisagem paradisíaca pintada em um quadro pendurado na parede. Comer diante de uma televisão, que não mostrava muito mais do que um mundo cruel. E trabalhar horas a fio, novamente entre quatro parades.
  Só que um dia, havia algo estranho. Uma brisa mais forte e fria, um algo a mais, uma brecha na parede. Alguém havia deixado a porta aberta. E podia-se ver, pela brecha, um mundo cores vivas: verde, azul, marrom, laranja, vermelho; e um rol de cores que eu nunca havia visto - ou notado.
  Morava defronte a um bosque, e só agora havia percebido.
  Com cautela, aproximei-me do ambiente alheio, estranho, temendo um território que, há muito, a humanidade havia abandonado.
  Um pé para fora. Nada aconteceu.
  Outro pé. Um passáro assoviou inocentemente em uma árvore próxima.
  Haviam muitas árvores, uma modesta trilha e folhas verdes, vermelhas, amarelas e ressecadas caídas no chão, como um tapete da natureza que se estendia além. O tapete do homem, era apenas uma mera imitação.
  O cheiro era de nada, mas um nada de tudo, agradável, confortante e puro.
  E acima, havia um céu limpído, incrivelmente azul, o qual a cor, tinta nenhuma conseguiria reproduzir com perfeição. O teto de uma casa sem paredes. A tinta mágica da casa de Deus.
  Foi como se, pela primeira vez, eu pudesse ver tudo claramente; como se, finalmente, meus olhos houvessem encontrado a razão para existirem, meu nariz, para cheirar, e meus pés, para andar.
  Com medo de que o mundo sem paredes pudesse desaparecer, olhei cuidadosamente para trás, para o mundo que ainda tinha paredes - a prisão em que eu sempre havia vivido. Ele que parecia estranho agora, e tão cruel. Senti-me aborrecida, como se tivesse perdido todo o tempo do mundo com algo que não me valera muito a pena.
  Olhei para a frente novamente, para o lugar amigo e desconhecido que se estendia adiante e que, intuitivamente, eu agora tinha tanta vontade de abrigar.
  Tomei uma decisão inconsciente.
  Segui em frente. Sem mais olhar pra trás. E deixei a porta aberta, para que outros pudessem me seguir.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Jean-Pierre (Parte 3)

“Alto, magro por demais, cabelos noturnos e longos cujas pontas tocavam-lhe os ombros, dando-lhe certo ar jovial; sua idade, no entanto, difícil dizer. Rosto fino, apesar dos longos e certamente difíceis dias sob o sol e ao sabor do tempo, que sempre deixa suas marcas na face dos andarilhos errantes. Passava a maior parte do tempo nas imediações de sua humilde residência, freqüentando a ville apenas ao crepúsculo, quando os ciganos armavam suas tendas na praça principal e ouvia-se o ruído de seus instrumentos de cordas e seus cânticos antigos, vindos de lugares que só eles mesmos deveriam saber; perfumes exóticos preenchiam o ar e o mistério dos sortilégios contribuía para emanar a aura mágica das noites de Estrasburgo. Jovens impetuosos cortejavam as damas de seus corações; nobres, sentados nas melhores tavernas, discutiam interesses comuns, negócios e política; crianças travessas brincavam e gargalhavam umas com as outras, furtando docinhos das tendas ou correndo ao redor das jovens donzelas, que como flores em botão, iam desabrochando à medida que o tempo passava alcançando a vida adulta. Sua silhueta alta e magra encaixada num pequeno espaço entre duas tendas, onde ele próprio armava a sua, lá estava o titeriteiro, divertindo crianças com seus bonecos, suas marionetes; surpreendendo os adultos com suas pequenas invenções, não perdendo a oportunidade de exercer seus galanteios, estendendo sempre às jovens damas uma rosa vermelha e o desejo de vê-las em outra noite tão bonita quanto aquela.”

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Cadê?

Cadê a árvore que estava aqui?

O machado derrubou.

Cadê o pássaro que cantava em cima dela?

A serra elétrica silenciou.

Cadê a flor que nascia aqui?

A empresa pisou.

Cadê o rio que nascia ali?

A represa secou.

Cadê os campos que ficavam lodo adiante?

Uma corporação devastou.

Cadê o céu que ficava logo em cima?

A máquina apagou.

Cadê o azul líquido que se estendia até o infinito?

O ouro negro sujou.

Cadê o clima que se tinha aqui?

A poluição mudou.

Cadê a paz que se tinha aqui?

O homem destruiu.

Cadê o homem que vivia aqui?

A natureza se vingou.

Aqui está minha homenagem ao dia do Meio Ambiente, 5 de junho, hoje. Que vocês, leitores, ao lerem este texto, parem para refletir sobre o que estamos fazendo com o planeta em que vivemos. Façam alguma coisa e incentivem os outros a fazerem o mesmo, pois temos que ser gratos por tudo que a natureza nos proporciona, pois, caso nao formos, temo o que nos possa acontecer.
Um dia li uma frase que nunca esquecerei. "A natureza não se defende. Ela se vinga.". E espero que vocês nunca a esqueçam também.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Um canto à juventude


Somos todos jovens

Senhores de nossos futuros

Fortes e belos

que não temem o mundo
que não sabem que a vida é curta...

e talvez, para quem sabe fazê-la assim, feliz

Pois o horizonte que não conhecemos ainda

aguarda-nos

adocicado horizonte...

E daqui a algum tempo

esqueceremos nossas antigas feições

Mas o que fizemos e o que representamos

 nos marcarão

como uma lembrança constante

Seremos heróis

jovens que não tiveram medo de lutar,

brigar,

sorrir,

  vencer...

 e serem felizes.