Literatura - Expressa

Literatura - Expressa - Literatura!!!







quarta-feira, 31 de março de 2010

Soneto do Silêncio

Simples ausência sonora,
Breve pausa,
Humilde aconchego de nossa essência
Delicado e sereno

De frágil se faz pétreo
Com o pesar inglório das derrotas
Cujo férreo desfecho
A nota alguma permite melodia

De frio se faz flama,
Dos suspiros dos amantes,
Momento eterno que aos pares encanta

De incômodo se faz belo,
Nos sorrisos faceiros de quem entende
Que poucos aprendem o que o silêncio tem para ensinar!





Fevereiro de 2010

Bebedores de sangue

Das profundezas
dos livros e mitologias
ele vem
se anuncia
deixando rastros vermelhos
sua beleza se pronuncia

Humano animalizado
um imortal sem natureza
olhos da noite
dentes e garras
vai à caça
da sua presa

Putrificado por nossos ancestrais
cuidado à noite
a lenda avança
Em segredo verdade se faz
Bebedores de sangue
Mata
Encanta.

Segundo canto à Atlântida: Avante

Avante!
o céu cristalino
escurece e fecha o oceano
Atentem os olhos, companheiros
não há tempo para enganos
E não cheguem muito perto
dos monstros deste lugar
eles são amigos íntimos
da morte que se adianta

Mas não crescemos em espírito
corpo, mente e coração
para virarmos só espírito
antes do término desta canção
E vos digo, companheiros
jamais houve alguém
que recusasse longa vida
para salvar outras
de algo além

Avante!

Rima do Tempo

Tic Tac...

Por que quando se fala em tempo

Sempre perdemos tempo

Querendo entender

“Quanto tempo o tempo tem?”

“De onde o tempo vem?”

“Quanto tempo o tempo passa?”

Sapato velho de couro não quer ver linhaça

Sapato de couro novo torce pra ir à praça!

O tempo é imaginário

Passa o tempo que for

Como uma dízima periódica que se esqueceu onde deixou sua vírgula

E se exponenciou!

Para muitos, Marasmo físico e mental

Patologia

Procura-se tempo em caixas de um remédio medicinal.

Sem Cura.

Sem Jeito.

Já é tarde demais.

O sinal está verde.

A passagem é obrigatória.

O destino: -“Um poço de piche, quem sabe!?”

Aqui acabou...

Tic Tac ...

Para o Tempo – não!

Tic...

terça-feira, 30 de março de 2010

As Imperfeições do Amor


Perfeito aos olhos do infante,
Hesitante nos lábios do romanceiro;
O travesso amor, ainda que fascinante,
Relutante prova-se imperfeito

O vento levanta a poeira,
Cegueira certa logo vem;
Se cego é o amor,
Surdo é o amante,
Errante peregrino insensato,
Que do tempo os conselhos
(espelhos límpidos da realidade)
Que ao tolo apaixonado,
Vitimado pela flecha de Cupido foram ofertados,
Despreza confiante por estar enamorado.

Amor é confiança;
Esperança no que virá.
Aguarde o primeiro pretendente
E observe o que acontecerá:
A desconfiança o amor envenenará,
Cuide bem do seu amor,
Ou logo dele despedir-se-á...

Amor é afeição;
Emoção verdadeira.
Traiçoeiro descaso,
Atraso fúnebre no relógio de quem ama,
Flama antes firme que se apaga, se esvai;
Deixa de ser chama...

Ainda que imperfeito o Amor,
Da Flor jasmim é seu perfume,
Lume cálido na escuridão
Atração irresistível entre duas almas, dois corações.
Refrões incansáveis;
Amáveis convites à ventura,
Loucura? Talvez.
Mas quem não gostaria deste néctar provar ao menos uma vez?
Poema escrito na noite em que recebi o ilustre convite para participar deste espaço...

Uma Breve definição do termo “Literatura”...

É possível conceber a ideia da Literatura como a conhecemos a partir do momento em que o homem conseguiu aliar seu conhecimento do mundo, suas experiências de vida, sua capacidade intelectual e suas próprias ideologias e emoções. Mas o termo acabou tornando-se tão amplo que nem mesmo uma definição seca de um dicionário ou enciclopédia seria capaz de revelar o que é realmente esta Arte/Ciência (sim, ciência, por incrível que pareça).
O fazer literário mostra-se versátil em suas mais variadas formas: poemas, contos, novelas, romances, ensaios e afins acabam por cativar os mais variados grupos de pessoas... Por meio de um escrito literário é possível apreender não só a percepção de mundo do autor como também conhecer um pouco mais da personalidade dele: não é maravilhoso como vidas inteiras, experiências (positivas ou não), alegrias, tristezas, amores e sonhos podem ser imortalizados em volumes (livros,livretos, folhetins e afins) e nas memórias daqueles a quem cativam?
A Literatura tem esse poder: o de divinizar nossa singela condição de seres humanos; engana-se aquele que pensa que ela se limita ao simples espasmo mecânico de escrever. Ela é muito mais do que isso; é chama, é cor, é vida; um convite para beber das fontes do mistério, de explorar a verve artística que todos têm, independentemente do talento, mas da curiosidade, vontade de mesclar a nós mesmos ao caleidoscópico painel de sensações, emoções e aprendizado que esta Arte pode nos proporcionar!

O Primeiro Poema

Deveria ser assim,

Simples e Profundo!

Ingênuo – com uma simplicidade de prender a respiração

– sem a menor intenção

E Profundo – por re-in-spirar os mistérios de Além-Mundo!

Que unisse a fala e a escrita.

Um diálogo!

Que demonstrasse a paixão de quem amou à primeira vista.

Que chovesse dentro de mim Ribeiro e Ribeirinho.

Um riacho nos meus sentidos!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Palavras e o Seu Refrão!

A palavra grifada
Denota a verdade verdadeira como ela é
Conota o que ela quer
E enche de mistérios os seus significados
Para em um dia procurar o Seu Refrão!


Muitas outras,
Arrumam um pretexto,
Ensejo
Cheias de desejo
De serem acompanhadas por um Travessão.

E as idéias excluídas, para onde vão?
Se ao encontrar a Borracha
O Papel se apega, apaga e, muitas vezes, se amassa pelo breve rastro de um Apagão!
Se pudessem ser reescritas
Revividas
Só iriam querer não terem sido em Vão!

As palavras, pode-se dizer que têm uma vida “cheia-de-vidas”
-Desse jeito mesmo
Tudo junto!-
Deixam de viver suas vidas forçadas
Conjugadas.
Para descreverem – direta e indiretamente – as cantigas contidas
Ou, simplesmente, para completar palavras-cruzadas.

Porém, nem sempre é assim!
Ainda existe a essência!
Traduzida nas – quase infinitas – regras de acentuação
Regada pela motivação
E
Alimentada pelo lirismo
Se declara e se deleita
Nos demais pontos de comunicação!

Assim...
Cada Palavra...
Frase...
Bordão...
Dois pontos e travessão!
“Ão”
Um dia
De conhecer o Seu Refrão!

Cena de outono

Se bem sei
os tempos felizes que me foram levados
tragando em emoção
um coração desvairado
estou-me perdendo em ilusão

O céu límpido em azul líquido
cobria-lhe os olhos
[tal beleza só se vê no Paraíso]
Guardei-te em mente
tu, em uma aurora
sorriu em profunda felicidade

Prometi à ti amor
nada mais que sincero sentimento
é tudo que me deste
e tudo que poderias me dar
Nada mais que amor
o ouro vivo da alma

E todo o verde das árvores
entregou-se ao chão
mas muito mais eu entreguei
abri mão de um coração

Ó Deus meu!
quão efêmeras são as estações
e quão permanentes são,
em uma cena de outono
toda minha vida mudou.

domingo, 28 de março de 2010

Primeiro canto à Atlântida

              
Ouça os tambores

Ao fundo proclamar

Eles chamam os feitiços

Espiralando pelo ar

Como um navalha

reclamando a pele

o forte som corta

e ecoa

Ecoa e chama os prantos

Da ilha

Ele entoa



Em curtos vislumbres

Em sonho ela vê

As pétalas do passado que foi

Transformado em espinhos

Egoísmo espalhou

Sangue derramou

A cidade parou

E seguiu a ordem do mar



Afunde o rei preterido!

Olho negro

Atlântida!

Brazileiro não é Brasileiro!

Brazileiro não é Brasileiro. "Sou de São Luíz. Uma cidade em um estado lá de cima do Brazil."
É triste ouvir isso de uma pessoa que nasceu em "berço esplêndido"
e que se deleita no "formoso céu risonho e límpido" de sua "Pátria Amada!"
Movidos pelo sentimento de importar até o ufanismo alheio
-conseguimos chegar a esse estágio de admiração da gran(m)a do vizinho!

Vivemos cercados de "made in USA" entre outros...
A literatura estrangeira, por exemplo, modela e deforma a vontade de ler Manuel Bandeira,
Machado de Assis e Clarisse Lispector.
Conhecer, analisar e até admirar um livro estrangeiro é totalmente normal...
Muitas vezes, necessário!
Mas, muitos se esquecem de olhar para o seu próprio quintal.
Acham que tudo o que vem do "Brasil" é mal.
E se julgam brasileiros no final.
Batem no peito.
Mas têm aversões à seção de "Literatura Brasileira" das livrarias!
-indo assim, a um ponto mais direto, por assim dizer!
Como já dizia um dos lemas da escola Modernista
Defendiam a criação de uma arte nacionalista!
Inspirada, em primeiro lugar, nessa "terra dourada"
Na "nossa Vida" nutrida pelo seio dos "mais Amores".
Criticando esse lema que corrompe o Brasil:
-"Só Depois de outras mil, aí sim, és tu Brazil, oh Pátria Amada!"

Brazileiro não é Brasileiro!
A palavra é assim
Brasil!
Por si e só.
Não só se estivermos aqui
Mas também se for aqui e acolá!

"Dos filhos deste solo és Mãe Gentil
Pátria Amada
BRASIL!"
Com 's' e ponto final.