Literatura - Expressa

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domingo, 31 de outubro de 2010

Há algo nela que me faz sonhar


No meio do caminho ela apareceu,
E antes que eu pudesse perceber,
O frio em meu peito sua luz enterneceu
E o que há de melhor em mim fez renascer

Há algo nela que me faz sorrir,
Ir e vir num sonho viajante,
Por seu semblante belo e tranqüilo,
Meu refúgio contra a dor e o perigo.

Há algo nela que me faz sentir,
O pulsar alto e inquietante,
De meu coração errante,
Quando dela da voz a melodia posso ouvir

Há algo nela que me faz pensar,
Que a tênue linha entre o odiar e o amar,
É frágil e inocente, mas mutável e envolvente;
Carente como chama prestes a se apagar.

Há algo nela que me faz sonhar,
Buscar um futuro de nós dois,
Onde juntos podemos sorrir, cantar, viver
Sermos nós mesmos e um e o outro,
Pintar um quadro,
Dançar na chuva,
Rolar na grama do jardim;
Brincar de amar,
Amar brincando,
Sentindo teu perfume doce como o do jasmim

Há algo nela que me faz amar,
Querer estar a seu lado,
Em seu colo permanecer deitado
E mil juras proclamar
Todas sinceras
Nem todas eternas
Que durem até onde o tempo nos deixar.


Faz tempo que eu não postava um dos meus poemas por aqui, e esse acabou, literalmente, de ser escrito agora a pouco nesta noite do dia 31/10/2010...A história desse poema...Bem, pode parecer meio piegas mas vamos lá: estava eu ouvindo "Something" dos Beatles, com a guitarra na mão acompanhando a melodia...Ora essa música é verdadeiramente bela, Frank Sinatra inclusive afirmou ser essa a mais bela canção de amor na opinião dele. O fato é que ouvindo essa música, vieram-me muitas coisas à mente, e não pude resistir ao impulso de escrever algo...Nasceu então esse poema, simples, mas bastante sincero. Então...ei-lo aqui. Ah, gostaria de agradecer a Bruna, principal responsável por me fazer voltar a escrever depois de um hiato tão grande (risos), por isso se alguém vier a gostar desse poema, nem que seja numa galáxia muito distante (risos) vai ser por causa dela. E obrigado ao George Harrison, autor de músicas únicas; sempre aprendo algo com elas...Aufwiedersehen




terça-feira, 12 de outubro de 2010

O sabor da inocência


  A ordem da mãe para que o garoto entrasse foi, definitivamente, a última. E veio com um recheio amargo de uma, há muito prometida, palmada.
  E se o gosto da ameaça era amargo, ele não queria nem saber do da palmada.
  Relutante, entrou em casa, tomou banho com gosto de repolho e comeu uma janta que não lhe agradou nem um pouco o estômago.
  Um pouco de tv com sabor de chocolate quente, uma história com sabor de chiclete azedo, mas cheio de adrenalina, um beijo adocicado dos pais e o garoto exausto caiu no sono, que cheirava a mel e terra molhada.
  Era assim que aquele rapazinho gostava de ver e sentir as coisas: tudo era o do sabor que o mundo dos cheiros e paladares deveria conferir. Tudo para tornar a aventura no parque de diversões ainda tão inexplorado, o mundo, algo mais condizente com o jeito que tudo deveria sempre ser.
  O céu limpído da nova manhã tinha gosto de cereal do capitão pirata. Já,o nublado, tinha gosto de leite morno e biscoitos.
  As margaridas tinha gosto de panquecas. Já, os girassóis, cheiravam à gambá, algo que o garoto nunca gostaria de provar.
  A escola com os amigos tinha gosto de brigadeiro, daquele que alimentavam o coração. Já o dever de casa...ele nunca acharia um gosto que fosse tão ruim, talvez brócolis e feijão.
  A mãe cheirava à mais bela flor do mundo. E, o pai, à bolo de festa.
  E depois com o sono com sabor de mel e aroma de terra molhada, lá estava o garoto de pé novamente. Pronto para mais brigadeiro e brócolis, cereal do capitão pirata e chiclete de adrenalina, panquecas, chocolate quente, biscoitos, rosas e bolos de festa. E, ao final do dia azul claro, que, infelizmente, punha fim à mais um dia no parque de diversões, havia aquela velha e azeda ameaça da mãe, cujo gosto ele esperava nunca descobrir.

 Ê saudade da infância! Hoje em dia parece que há muito mais gostos e aromas ruins do que bons. Mas acredito que tudo seja uma questão de tentar recuperar aquela antiga e alegria inocente. É difícil, mas é possível.

sábado, 2 de outubro de 2010

Pelo bem maior

Pelo bem maior
vamos à luta
de cacos e pedras
armas e quebras
contra ideias letais

Vamos espalhar terror
pela rua
matando a inocência
dos meros mortais

Pelo bem maior
marquemos a carne
com fogo de ódio
dor
e destruição

Queimemos as casas
que de nós discordam
aos tolos, a mensagem
de aniquilação

Pois cabe ao homem
derrotar seu inimigo
aquele que impede
a ordem e o poder

Daremos aos livres
a carta do inferno
pela rebelião
que nos impede de vencer

Pelo bem maior
Morte
Ganância
e poder
Pelo bem maior...

Votem com consciência.